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De acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos metade da população brasileira com vida sexual ativa possui o vírus do HPV em seu organismo. Existem mais de 200 tipos de papilomavírus humano, mas todos envolvem os mesmos sintomas: o surgimento de verrugas na região afetada. Os mais comuns são as variantes que atingem a genitália, representadas por cerca de 40 tipos do vírus.

Geralmente, o HPV acaba ficando latente no organismo, sem manifestar nenhum sintoma. Contudo, algumas pessoas podem manifestar verrugas na região genital, o que por sua vez aumenta os riscos de desenvolver câncer. As mulheres são o grupo mais afetado, já que o vírus está diretamente relacionado com diversos casos de câncer de colo de útero.

Dados da Fundação do Câncer apontam que o HPV pode causar diferentes tipos de cânceres, entre eles na orofaringe, ânus, vagina, vulva e pênis. Em mais de 80% dos casos, as pessoas só são diagnosticadas em um estágio avançado, reforçando a importância de tratamento e prevenção da doença.

(Imagem ilustrativa/Freepik)
(Imagem ilustrativa/Freepik)

Transmissão e sintomas

A transmissão do HPV ocorre através do contato direto com a pele infectada ou com as mucosas do corpo. Em uma relação sexual, as chances são muito maiores – mesmo com uso de preservativo. A camisinha impede a transmissão na parte que estiver coberta, mas qualquer região desprotegida que tem a presença de lesões acaba ficando vulnerável.

Por outro lado, a maioria da população é assintomática, ou seja, não manifesta nenhum sintoma ao longo da vida. Muitas pessoas são portadoras do vírus e não sabem, o que acaba aumentando os riscos de infectar outros indivíduos. Caso contrário, o principal sintoma é o surgimento das verrugas; algumas pessoas podem sentir coceira, mas, no geral, não existem outras reações.

Para os homens, acaba sendo mais fácil identificar os sintomas e tratá-los antes que se agravem, já que todas as lesões são externas. No caso das mulheres, as verrugas nascem internamente, dificultando encontrá-las por conta própria; o diagnóstico acaba ficando a cargo de ginecologistas e exames como o papanicolau.

Tratamento e prevenção

O único tratamento disponível para o HPV se limita aos casos em que há o surgimento de verrugas. As lesões precisam ser removidas e cauterizadas para não voltarem a aparecer. Quando a pessoa é assintomática ou as verrugas param de aparecer, não há nada que possa ser feito, do ponto de vista clínico.

Contudo, o vírus do HPV genital não fica alojado no organismo para sempre. Quase sempre, o próprio sistema imunológico o elimina em um período de dois anos, então, caso o indivíduo não apresente nada durante esse tempo, tudo indica que já foi curado naturalmente.

Como forma de prevenção, o uso de preservativo durante as relações sexuais é essencial. A vacinação também é crucial, pois, através da vacina HPV quadrivalente e nonavalente, é possível prevenir a transmissão do vírus em até 80%. Ela é indicada para pessoas do sexo masculino e feminino que têm entre 9 e 45 anos de idade, garantindo imunidade contra diversas variações do papilomavírus.

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